Na busca incansável pela participação mais efetiva do Maranhão na área do audiovisual, Mavi Simão, idealizadora do projeto “Maranhão na Tela” não desanima. Sempre alto astral e contagiando os demais com a sua paixão pelo que hoje ela considera sua mola propulsora, ela segue em frente, superando as dificuldades e acreditando que mesmo com poucos recursos, mas com imensa força de vontade, um grande sonho individual pode ser transformar numa realidade coletiva.
O QUE MOTIVOU A CRIAÇÃO DO PROJETO “MA NA TELA”?
A principal motivação para criação do Maranhão na Tela está na própria diversidade cultural desse Estado, no potencial e no talento do povo desse lugar tão especial e do qual tive que me mudar em busca de novos caminhos profissionais. E estando fora foi que percebi o grau de desconhecimento das pessoas acerca da riqueza cultural do Maranhão. Foi então que resolvi me imbuir da missão de tentar mostrar o que esse lugar tem de tão especial. E para isso escolhi uma das únicas ferramentas que poderia tornar essa realidade possível: o audiovisual, minha área de atuação e paixão, a ferramenta na qual acredito enquanto formadora de opinião, valores, identidade, inclusão, transcendência...
LEVANDO EM CONTA QUE ESSA É A SEGUNDA EDIÇÃO, QUAIS AS NOVIDADES PARA ESSE ANO?
Na primeira edição, em 2007, o projeto saiu na raça. Mesmo assim, com pouco tempo e recurso, conseguimos exibir 125 filmes, realizar a oficina de produção e a primeira edição do fórum. Este ano tempo e recurso continuam curtos, mas não tão parcos como em 2007 e isso nos possibilitou a grande vitória de realizar o curso de cinema, que aconteceu em outubro, onde quase 150 alunos tiveram a oportunidade de assistir aulas de roteiro, produção, direção e documentário. Além da oficina de produção que este ano contou com a realização de 10 vídeos sobre empreendedorismo cultural, destacando 10 mestres da cultura popular e foram realizados por jovens de periferia. Os vídeos, que fazem parte da série “Essa é Minha Cultura”, vão abrir o festival dia 1° de dezembro, no Teatro Arthur Azevedo, e também serão exibidos sempre na abertura dos longas-metragens. Outra novidade importante neste ano é o site, que agora possui um blog que será nosso espaço de convivência e troca de experiências e que pretendemos deixá-lo ativo ao longo de todo ano. Isso sem falar na comissão do projeto, que surgiu de forma espontânea durante o curso de cinema e que está possibilitando a construção participativa e democrática das ações que são desenvolvidas.
QUAL A IMPORTÂNCIA DA CRIAÇÃO ESPONTÂNEA DA COMISSÃO MA NA TELA QUE ESTÁ AJUDANDO A CONSTRUIR DE FORMA DEMOCRÁTICA AS ATIVIDADES DO PROJETO?
A criação da comissão do Maranhão na Tela foi uma grande surpresa pra mim. Durante o curso aproveitávamos para dar maiores informações sobre o projeto e também pedíamos que os alunos nos ajudassem na divulgação. Com isso, acredito que parte dos alunos se identificou com o processo e também com os nossos objetivos e propuseram a criação da comissão. Minha alegria não poderia ter sido maior, pois agora sinto que este é um sonho coletivo e que agora outras pessoas também estão militando em prol dessa causa, que antes parecia audaciosa e hoje nem tanto, que é ver o Maranhão transformado em pólo de produção audiovisual, a exemplo do que acontece em estados como Ceará e Pernambuco.
ANO PASSADO A PARTICIPAÇÃO NO FÓRUM FOI TÍMIDA, VOCÊ ACHA QUE ESSE ANO A MOBILIZAÇÃO DA COMISSÃO VAI ATRAIR MAIS PÚBLICO PARA AS DISCUSSÕES?
A mobilização da comissão vai fazer toda diferença esse ano, já que agora temos uma forte representação na sociedade civil que possibilita a construção do fórum de forma participativa. Ano passado realizamos discussões muito importantes e, para nossa tristeza, em algumas mesas tínhamos menos de 10 pessoas participando. Com o trabalho e o envolvimento da comissão, hoje nossa realidade é outra e esperamos que ela impacte decisivamente nos avanços que o audiovisual maranhense poderá vir a ter em 2009.
ESSE ANO VAI HAVER A MOSTRA LGBT, VOCÊ ACHA QUE ESSA INICIATIVA VAI GERAR DEBATES NA SOCIEDADE EM GERAL, DE FORMA A DIMINUIR O PRECONCEITO?
Sem dúvida trazer uma mostra como a LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais) é uma quebra de paradigma, através da qual esperamos impactar a sociedade local, contribuindo assim para diminuir o preconceito em relação a esse tema. Mas não só o preconceito de gênero será abordado no festival desse ano, pois mostras como a do Festival Cine CUFA e da TV Morrinho dão voz e vez à periferia, geralmente relegada à margem dos processos de democratização de acesso, principalmente tecnológico/audiovisual. E trazendo mostras com esse perfil, esperamos que a sociedade maranhense passe a também discutir o papel da periferia enquanto protagonista deste processo que pode ser decisivo para o desenvolvimento do audiovisual maranhense.
QUAIS AS DIFICULDADES QUE VOCÊ ESTÁ ENFRENTANDO PARA QUE O PROJETO SE CONCRETIZE DE FATO?
A principal dificuldade que enfrentamos para transformar o “Maranhão na Tela” em um projeto fixo e ativo ao longo de todo o ano é, sem sombra de dúvida, a captação de recursos. Por ser um projeto de fomento que tem no intercâmbio de profissionais e obras sua principal estratégia, seu custo é muito alto. E realizar cursos, oficinas, fóruns e mostras com regularidade também requer que tenhamos equipe e estrutura fixas em São Luís e no Rio, onde funciona nossa base. Viajar do Rio para São Luís, por exemplo, é mais caro do que para o Chile e os custos operacionais pra se manter duas estruturas tão distantes também é bem alto. Trata-se de uma gestão bastante complexa e para isso precisamos de pessoas capacitadas e dedicadas exclusivamente ao projeto. Hoje, como temos pouco recurso (com o qual só pudemos contar no segundo semestre), nossa equipe trabalha temporariamente e a maioria sem dedicação exclusiva, pois conciliam o “Maranhão na Tela” com outros trabalhos. É claro que ainda estamos no segundo ano do projeto e que até nos consolidarmos precisamos saber lidar com estas dificuldades, mas estamos com o projeto aprovado na Lei Rouanet e continuaremos batalhando muito e sempre para que possamos contar com uma melhor estrutura a cada dia.
O MARANHÃO NA TELA VAI ALÉM DO CONCEITO DE UM SIMPLES ESPAÇO PARA EXIBIÇÃO DE FILMES. COMENTE A IDÉIA DE TRAZER CURSOS, OFICINAS E FÓRUNS TRABALHANDO O TRIPÉ: CAPACITAÇÃO, PRODUÇÃO E DIFUSÃO.
Para de fato fomentar o audiovisual local, o “Maranhão na Tela” foi estruturado a partir do desenvolvimento de ações de capacitação, produção e difusão, até porque não se produz sem o domínio da técnica e da linguagem e também não dá pra difundir sem ter produzido. É por isso que os cursos de capacitação e as oficinas de produção são tão importes e precisam ser realizados com maior regularidade, pois estas são ações efetivas e que geram resultados concretos. Já através do fórum é possível discutir questões fundamentais para estruturação do audiovisual maranhense, além de ser esta a forma mais participativa e democrática de encaminhar estas questões. E no festival, além de formar platéia, procuramos sempre trazer novas referências, numa curadoria que procura reunir o que de melhor tem se produzido no Brasil, sempre focando no intercâmbio com festivais e mostras consolidados em outros Estados.
QUAL O PRINCIPAL ARGUMENTO PARA QUE O “MA NA TELA” CONSEGUISSE TRAZER MOSTRAS DE TANTA RELEVÂNCIA NO CENÁRIO NACIONAL DENTRO DA ÓTICA DE FESTIVAIS?
Desde que tive a idéia de realizar o “Maranhão na Tela”, ainda em 2006, uma das primeiras coisas que fiz foi procurar cineastas e produtores de festivais para apresentar a proposta de intercâmbio. Confesso que pensei ser mais difícil, mas depois de apresentar os objetivos do projeto e destacar a importância destas obras serem exibidas no Maranhão, todos sempre foram muito generosos. Essa idéia de fazer um festival baseado no intercâmbio com outros festivais é pioneira e vem sendo muito bem recebida e conhecida por um número cada dia maior de produtores e realizadores.
O QUE MOTIVOU A CRIAÇÃO DO PROJETO “MA NA TELA”?
A principal motivação para criação do Maranhão na Tela está na própria diversidade cultural desse Estado, no potencial e no talento do povo desse lugar tão especial e do qual tive que me mudar em busca de novos caminhos profissionais. E estando fora foi que percebi o grau de desconhecimento das pessoas acerca da riqueza cultural do Maranhão. Foi então que resolvi me imbuir da missão de tentar mostrar o que esse lugar tem de tão especial. E para isso escolhi uma das únicas ferramentas que poderia tornar essa realidade possível: o audiovisual, minha área de atuação e paixão, a ferramenta na qual acredito enquanto formadora de opinião, valores, identidade, inclusão, transcendência...
LEVANDO EM CONTA QUE ESSA É A SEGUNDA EDIÇÃO, QUAIS AS NOVIDADES PARA ESSE ANO?
Na primeira edição, em 2007, o projeto saiu na raça. Mesmo assim, com pouco tempo e recurso, conseguimos exibir 125 filmes, realizar a oficina de produção e a primeira edição do fórum. Este ano tempo e recurso continuam curtos, mas não tão parcos como em 2007 e isso nos possibilitou a grande vitória de realizar o curso de cinema, que aconteceu em outubro, onde quase 150 alunos tiveram a oportunidade de assistir aulas de roteiro, produção, direção e documentário. Além da oficina de produção que este ano contou com a realização de 10 vídeos sobre empreendedorismo cultural, destacando 10 mestres da cultura popular e foram realizados por jovens de periferia. Os vídeos, que fazem parte da série “Essa é Minha Cultura”, vão abrir o festival dia 1° de dezembro, no Teatro Arthur Azevedo, e também serão exibidos sempre na abertura dos longas-metragens. Outra novidade importante neste ano é o site, que agora possui um blog que será nosso espaço de convivência e troca de experiências e que pretendemos deixá-lo ativo ao longo de todo ano. Isso sem falar na comissão do projeto, que surgiu de forma espontânea durante o curso de cinema e que está possibilitando a construção participativa e democrática das ações que são desenvolvidas.
QUAL A IMPORTÂNCIA DA CRIAÇÃO ESPONTÂNEA DA COMISSÃO MA NA TELA QUE ESTÁ AJUDANDO A CONSTRUIR DE FORMA DEMOCRÁTICA AS ATIVIDADES DO PROJETO?
A criação da comissão do Maranhão na Tela foi uma grande surpresa pra mim. Durante o curso aproveitávamos para dar maiores informações sobre o projeto e também pedíamos que os alunos nos ajudassem na divulgação. Com isso, acredito que parte dos alunos se identificou com o processo e também com os nossos objetivos e propuseram a criação da comissão. Minha alegria não poderia ter sido maior, pois agora sinto que este é um sonho coletivo e que agora outras pessoas também estão militando em prol dessa causa, que antes parecia audaciosa e hoje nem tanto, que é ver o Maranhão transformado em pólo de produção audiovisual, a exemplo do que acontece em estados como Ceará e Pernambuco.
ANO PASSADO A PARTICIPAÇÃO NO FÓRUM FOI TÍMIDA, VOCÊ ACHA QUE ESSE ANO A MOBILIZAÇÃO DA COMISSÃO VAI ATRAIR MAIS PÚBLICO PARA AS DISCUSSÕES?
A mobilização da comissão vai fazer toda diferença esse ano, já que agora temos uma forte representação na sociedade civil que possibilita a construção do fórum de forma participativa. Ano passado realizamos discussões muito importantes e, para nossa tristeza, em algumas mesas tínhamos menos de 10 pessoas participando. Com o trabalho e o envolvimento da comissão, hoje nossa realidade é outra e esperamos que ela impacte decisivamente nos avanços que o audiovisual maranhense poderá vir a ter em 2009.
ESSE ANO VAI HAVER A MOSTRA LGBT, VOCÊ ACHA QUE ESSA INICIATIVA VAI GERAR DEBATES NA SOCIEDADE EM GERAL, DE FORMA A DIMINUIR O PRECONCEITO?
Sem dúvida trazer uma mostra como a LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais) é uma quebra de paradigma, através da qual esperamos impactar a sociedade local, contribuindo assim para diminuir o preconceito em relação a esse tema. Mas não só o preconceito de gênero será abordado no festival desse ano, pois mostras como a do Festival Cine CUFA e da TV Morrinho dão voz e vez à periferia, geralmente relegada à margem dos processos de democratização de acesso, principalmente tecnológico/audiovisual. E trazendo mostras com esse perfil, esperamos que a sociedade maranhense passe a também discutir o papel da periferia enquanto protagonista deste processo que pode ser decisivo para o desenvolvimento do audiovisual maranhense.
QUAIS AS DIFICULDADES QUE VOCÊ ESTÁ ENFRENTANDO PARA QUE O PROJETO SE CONCRETIZE DE FATO?
A principal dificuldade que enfrentamos para transformar o “Maranhão na Tela” em um projeto fixo e ativo ao longo de todo o ano é, sem sombra de dúvida, a captação de recursos. Por ser um projeto de fomento que tem no intercâmbio de profissionais e obras sua principal estratégia, seu custo é muito alto. E realizar cursos, oficinas, fóruns e mostras com regularidade também requer que tenhamos equipe e estrutura fixas em São Luís e no Rio, onde funciona nossa base. Viajar do Rio para São Luís, por exemplo, é mais caro do que para o Chile e os custos operacionais pra se manter duas estruturas tão distantes também é bem alto. Trata-se de uma gestão bastante complexa e para isso precisamos de pessoas capacitadas e dedicadas exclusivamente ao projeto. Hoje, como temos pouco recurso (com o qual só pudemos contar no segundo semestre), nossa equipe trabalha temporariamente e a maioria sem dedicação exclusiva, pois conciliam o “Maranhão na Tela” com outros trabalhos. É claro que ainda estamos no segundo ano do projeto e que até nos consolidarmos precisamos saber lidar com estas dificuldades, mas estamos com o projeto aprovado na Lei Rouanet e continuaremos batalhando muito e sempre para que possamos contar com uma melhor estrutura a cada dia.
O MARANHÃO NA TELA VAI ALÉM DO CONCEITO DE UM SIMPLES ESPAÇO PARA EXIBIÇÃO DE FILMES. COMENTE A IDÉIA DE TRAZER CURSOS, OFICINAS E FÓRUNS TRABALHANDO O TRIPÉ: CAPACITAÇÃO, PRODUÇÃO E DIFUSÃO.
Para de fato fomentar o audiovisual local, o “Maranhão na Tela” foi estruturado a partir do desenvolvimento de ações de capacitação, produção e difusão, até porque não se produz sem o domínio da técnica e da linguagem e também não dá pra difundir sem ter produzido. É por isso que os cursos de capacitação e as oficinas de produção são tão importes e precisam ser realizados com maior regularidade, pois estas são ações efetivas e que geram resultados concretos. Já através do fórum é possível discutir questões fundamentais para estruturação do audiovisual maranhense, além de ser esta a forma mais participativa e democrática de encaminhar estas questões. E no festival, além de formar platéia, procuramos sempre trazer novas referências, numa curadoria que procura reunir o que de melhor tem se produzido no Brasil, sempre focando no intercâmbio com festivais e mostras consolidados em outros Estados.
QUAL O PRINCIPAL ARGUMENTO PARA QUE O “MA NA TELA” CONSEGUISSE TRAZER MOSTRAS DE TANTA RELEVÂNCIA NO CENÁRIO NACIONAL DENTRO DA ÓTICA DE FESTIVAIS?
Desde que tive a idéia de realizar o “Maranhão na Tela”, ainda em 2006, uma das primeiras coisas que fiz foi procurar cineastas e produtores de festivais para apresentar a proposta de intercâmbio. Confesso que pensei ser mais difícil, mas depois de apresentar os objetivos do projeto e destacar a importância destas obras serem exibidas no Maranhão, todos sempre foram muito generosos. Essa idéia de fazer um festival baseado no intercâmbio com outros festivais é pioneira e vem sendo muito bem recebida e conhecida por um número cada dia maior de produtores e realizadores.
Parabéns Mavi, e parabens à sua equipe, o Maranhão merece estar na tela do Brasil e de todo o mundo.
ResponderExcluirAdorei a abertura da mostra de cinema maranhão na tela...imagine o resto.Parabéns a mavi,a idealizadora do projeto e a todos q colaboraram p a realização do mesmo.O maranhão é muito rico,principalmente em cultura e merece que prestemos mais atençao nele.Bjs e boa sorte a todos.
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