quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Maranhão na Tela promove debate "Cultura e Política em 68"

O ano de 1968 foi memorável. Devido à importância dos seus acontecimentos, mesmo após quatro décadas, recordá-lo é preciso. Com esse intuito, na próxima terça-feira, dia 2 de dezembro, o Festival Maranhão na Tela traz à tona a relevância desse período com o debate "Cultura e Política em 68", a partir da exibição do filme "15 filhos", de Marta Nehring. O evento acontece às 17h, no Cine Praia Grande.
O mediador será o radialista e sociólogo Ricarte Almeida. Os debatedores serão João Ribeiro, Secretário de Estado da Cultura, o militante Manoel da Conceição, que foi preso e torturado durante o governo militar. O filósofo e economista Manoel Ventura também vai fazer parte da discussão. Manoel Ventura foi Presidente do Diretório Acadêmico da UFMA durante o período da ditadura militar, era acadêmico do curso de Filosofia. Em 1968 participou de toda a efervescência cultural e política, participando de passeatas e protestos. Foi preso pela ditadura militar e presenciou maus tratos em presos comuns.
Um dos pontos a serem debatidos será a luta travada pelos debatedores durante o período de exceção no país. "Minha perna é minha classe" é a frase de Manoel da Conceição, que remete à amputação de sua perna. Ele é fundador do primeiro sindicato de trabalhadores rurais do Maranhão. Depois da anistia, em 1979, Conceição voltou ao País, participou da reorganização da Ação Popular junto com Jair Ferreira de Sá, ajudou a fundar o Partido dos Trabalhadores (PT) e criou o Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural (CENTRU), em Recife (PE) e em Imperatriz (MA), onde vive até hoje lutando pelo socialismo e pela reforma agrária. "Mané não negociou sua perna, nem seus ideais, apesar de barbaramente torturado pelos agentes da ditadura militar então instalada no país, precisando da intervenção do Papa para poder sair do território brasileiro", relata o Secretário João Ribeiro, grande admirador das batalhas travadas por Manoel da Conceição durante sua vida.
Discussões, cinema e resgate da história, essa será a dinâmica do evento. "Eu acho que a história é importante para a humanidade. Quando você estuda o que ocorreu no passado, você comete menos erros na atualidade. A versão de um fato por meio de uma representação como o cinema para mim é fenomenal do ponto de vista da expressão artística de um povo", ressalta o filósofo e economista Manoel Ventura. O debate será um espaço não só de recordar os fatos, mas de analisá-los e contextualizá-los na atualidade. Essa será uma das atividades do Festival Maranhão na Tela, que acontece de 1 a 6 de dezembro em São Luís.
Mais informações: 21 8895 0888 - Mavi, 98 8827 6620 - Zina, 98 8875 21 96 - Luana

4 comentários:

  1. parabens pelo blog, ficou otimo. Geylson Paiva

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  2. Vamos estimular a produção e a diversidade criativa que andam em baixa em nossa terra.
    Parabéns pela iniciativa.

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  3. Essa iniciativa do Marannhão na Tela, prova que o projeto é muito mais que um espaço de exibição de filmes, mas sobretudo um momento de reflexão, de resgate e de estímulo à arte e a cultura no estado.

    Zina Nicácio

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